Foto: Sebatião Salgado
Na reportagem publicada pela Gazeta Online, Salgado afirma ser “muito difícil para uma pessoa que trabalhou sempre com um produto resultado da química, que é o filme, passar a usar um produto resultado da física”. Mas motivado pelas dificuldades enfrentadas por um fotógrafo internacional em aeroportos do mundo, a praticidade acabou vencendo-o. “Passamos por sete controles de aeroportos com 600 rolos de filme. Tive problemas em vários deles. Não adiantava mostrar para eles as cartas da Kodak, dos governos… Eu reaprendi a fotografia. A digital me facilitou a vida. Estou usando uma Canon EOS-1Ds Mark III, que é fabulosa”.
Foto: Sebastião Salgado
E parece que a sedução da fotografia digital tem se estendido a mãos e olhos preciosos. Em São Paulo, em um dos principais pólos da fotografia, o célebre Cristiano Mascaro acaba de apresentar seu primeiro ensaio [veja mais aqui] realizado com uma câmera digital. Sim, o primeiro. Já que apesar de ter se rendido à digitalização, Mascaro continua a carregar consigo paciência de mestre. Conversando rapidamente por e-mail, o fotógrafo respondeu o que mudou com o novo processo e o que o atraiu, revelando sua desconfiança sobre tantas “facilidades”.
O que mudou na sua forma de apreensão fotográfica com a imagem digital, com a fotografia digital?
Alguma coisa muda, evidentemente, na forma de apreensão e da relação com o mundo exterior na medida que você pode ver imediatamente a imagem. Com o filme, a incerteza do resultado obriga a uma outra atenção e concentração diante dos fatos. Com uma câmera analógica seu pensamento é contínuo e com a digital é tracejado na medida em que você fotografa e olha, fotografa e olha…Mas, certamente, as coisas passarão a ser assim e iremos nos acostumar ou se acomodar.
Foto: Cristiano Mascaro
Há como resistir a esse novo processo?
A curiosidade é muito grande e o fascínio diante de uma nova tecnologia é irresistível. Só desconfio um pouco de tantas “facilidades”, pois quase não há possibilidades do erro no sistema digital. Sempre achei que as “dificuldades” ou as “limitações” (sem nenhum masoquismo) inerentes ao processo analógico acabam sendo altamente estimulantes.
Quem será o próximo?
Fonte: Gazeta online e Clix
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