quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Flash como luz de preenchimento

Há três momentos distintos para o uso do flash dedicado, são eles (de forma resumida):

-Usar toda vez que a luz local não for suficiente para a realização da foto;
-Usar sempre que a luz existente for suficiente mas gerar defeitos contornáveis pelo flash;
-Usar sempre que a estética da luz do flash for um efeito desejado.

Vamos imaginar a segunda situação, na qual há luz suficiente para a foto, mas de qualquer forma o flash é desejável, seja para acrescentar um brilho, clarear um pouco um primeiro plano ou corrigir uma sombra indesejável.

Neste caso, o fotógrafo primeiro obtém a fotometria, independente do flash. Ele buscará algo de tonalidade média que esteja sob a mesma luz do que irá fotografar, ou decidirá que alguma parte da cena será média – como visto no quinto artigo desta série – e assim terá sua fotometria base para fazer a foto, depois ele irá medir a amplitude tonal para verificar se a mesma é compatível com a latitude de exposição de sua câmera.

Com os dados em mãos o fotógrafo já poderá fazer uma fotografia sem flash, para verificar se todas as suas decisões estão corretas. Essa verificação será feita observando o histograma – veja o quarto artigo desta série, sobre histograma – . Se encontrar erros, irá rever suas decisões, corrigir e fazer nova foto. Estando tudo certo, é hora de pensar no flash.

Que fique claro que se há luz suficiente, primeiro o fotógrafo deve analisar e medir a mesma para depois adicionar o flash pois como foi dito anteriormente, se temos luz abundante para trabalhar, o flash não será luz principal e sim luz de preenchimento, ou simplesmente para dar um efeito como um pequeno brilho nos olhos da pessoa fotografada.

Tendo cumprido corretamente com a fotometria, a foto tomada sem flash deverá estar perfeita em termos de exposição. Basta agora ligar o flash e deixar que o TTL cuide de sua potência. Se assim for é fácil imaginar que a adição da luz do flash possa causar uma leve sobre exposição da imagem, afinal foi colocada mais uma luz onde já havia quantidade suficiente de luz.

Nessas horas entra em ação a compensação de exposição do flash que é o controle da “força” do disparo, o controle da potência do flash dentro do sistema TTL. Ao compensar o flash para + (mais), ele dispara mais forte, ao compensar para – (menos) ele dispara mais fraco. E pelo que foi descrito acima, quase sempre, quando temos luz suficiente no ambiente, a compensação do flash será para menos, reduzindo sua força.

Com esse procedimento, economizamos bastante energia, fazendo com que um jogo de pilhas/baterias dure muitas horas de trabalho pois cada disparo é feito com pouca força, sempre como preenchimento, além disso disparos de rápidas sequências de fotos com flash são possíveis pois o flash nunca fica sem carga.

Dica especial: Gosto de, após chegar na fotometria ideal da cena, fechar entre 1/3 e 2/3 de ponto sobre o resultado encontrado, reduzindo levemente a luz do ambiente (uma ligeira subexposição do ambiente), assim a adição do flash – geralmente compensado para -1 até -2 conforme a situação – não irá resultar em sobre exposição e faz com que a luz do flash destaque um pouco mais o que estiver em primeiro plano na fotografia.
lguns alunos meus que atuam no mercado de casamentos e outros eventos sociais já testaram essa técnica e gostaram bastante do resultado, se você testar me diga o que achou.

           Foto: Armando Vernaglia Jr
A foto que ilustra este artigo, de um saboroso drink feito com café, foi feita utilizando essa técnica. Primeiramente avaliei a luz ambiente e obtive uma fotometria para ela. O resultado obtido foi de 1/80s, f2 e ISO 200.

Optei por expor a foto com 1/125s, mantendo o f2 (pela curta profundidade de campo que eu desejava) e ISO 200, com isso a luz do ambiente ficou um pouco mais escura (2/3 de ponto), criando um clima mais aconchegante para o local e também permitindo que ao adicionar o flash, que foi disparado à esquerda do drink (flash fora da câmera), o fato do primeiro plano ficar um pouco mais claro daria todo o destaque para o drink. Você pode utilizar essa mesma idéia em outras situações, como retratos nos quais você usa essa metodologia para destacar a pessoa sobre o cenário que estiver atrás dela.

Nessa técnica fica difícil dizer qual é a luz principal e qual é a de preenchimento, pois ao reduzir o ambiente você dá mais peso e importância à iluminação que fizer com o flash, por outro lado, a luz do ambiente ainda está lá, visível, presente e criando o clima necessário. Seja como for, a divisão entre luz principal/luz secundária é mais para fins didáticos, para deixar claras as decisões do fotógrafo e espero que todos vocês que estão lendo meus artigos tenham essa consciência enquanto fotografam.

Esta é a forma de trabalhar o flash como luz de preenchimento, obter a fotometria, expor para a luz do ambiente e deixar o flash apenas como complemento.

3 comentários:

  1. Que tal incluir os créditos do autor do texto e da foto, no caso a minha pessoa? O FotografiaDG, aqui creditado, é apenas o espaço, o autor sou eu, Armando Vernaglia Jr
    Fico feliz que tenham gostado do texto e queiram passar adiante, mas isso deve ser feito com os devidos respeitos à autoria.

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  2. De nada Armando. Desculpe por ter colocado apenas a fonte do texto e não a sua autoria. Gostei do texto e achei interessante compartilhar com mais pessoas interessadas em flash.
    Abraço,
    Ellen

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